sexta-feira, 15 de abril de 2011

A rota do Vôlei no Brasil.

A rota do vôlei no país.

        Pegando as duas seleções masculinas de base do Brasil, ou seja, aproximadamente 45 garotos, dá para ter uma idéia de onde estão surgindo os nossos jogadores.  Onde eles estão se desenvolvendo. E onde estão tendo oportunidade de se profissionalizar.
        Na atual seleção juvenil temos 12 jogadores da região sul, 10 do sudeste e 1 do nordeste. Esse mapa já é diferente na seleção infanto, onde temos  5 do sul, 6 do sudeste, 2 do centro-oeste, 3 do nordeste e 2 do norte.
     Fica claro um crescente aumento de jogadores do norte do país. Alguns fatores que contribuem para esse crescimento podem ser:
#  o aumento das competições nacionais escolares e de seleções estaduais nestes estados. Tanto no masculino quanto no feminino. A CBV usa um critério parecido com o da FIVB nas competições mundiais de base, promovendo o vôlei em diferentes locais.
# a possibilidade de professores e técnicos em fazer curso de capacitação e atualização próximo aos locais onde trabalham. Ou até mesmo do aumento de profissionais que buscam a capacitação em regiões mais desenvolvidas.
       A parte intermediária do processo, ou seja, até eles chegarem à seleção brasileira eles passaram por algumas cidades onde se desenvolveram. Como muitas vezes, sua cidade não oferece a estrutura mínima e em todos os lugares do Brasil temos técnicos expoentes nas diversas regiões de cada estado, os jogadores migram primeiro para esses lugares. Nessa fase a configuração do mapa ficou assim.
        Dá Seleção Juvenil 10 ficaram na região sul e 13 na região sudeste. Ou seja, dois do Sul foram para o sudeste, o mesmo fez  o jogador do nordeste. Na seleção infanto 5 treinaram no sul, 8 no sudeste, 2 no centro-oeste, 2 no norte e 2 no nordeste. Houve também uma migração, mas assim como na juvenil, de pouca expressão. Mais uma vez a região sudeste atraiu jogadores.
        Atualmente dos jogadores na faixa dos 20 anos, 2 deles jogam no PR, 8 em SP, 7 em MG, 4 em SC, 1 no RJ e um não tem clube. Já os que ainda estão em fase escolar, com 17 anos, 11  jogadores migraram para SP, 2 para o  RJ, 2 estão em MG, 2 no RS, 1 em SC e 1 no PR.
       O estado hoje que detém a maior quantidade de jogadores das seleções de base do Brasil é São Paulo, são 19 jogadores. Curiosamente somente 3 atletas dos 42 atletas são nascidos em SP. O estado onde mais nasceu atletas é MG, com 8. Seguido de SC e RJ com 6 cada. No meu ponto de vista, os times profissionais atraem esses jogadores, uma coisa lógica,  por que:
# oferecem a mesma estrutura do time profissional.
# em muitos casos além de oferecer benefícios, tem orçamento para pagar salário.
# o jogador em alguns locais pode treinar com o time profissional.
        Após essa breve análise e conhecendo a realidade aqui das seleções de base, acho que o jogador tem sim que buscar um espaço de treinamento num nível acima do que ele se encontra, pois o amadurecimento dele é muito maior do que de jogadores que se mantém em suas categorias. Com isso, o que vai acontecer cada vez mais é que estados que não tiverem equipes de ponta perderão seus atletas para estados com times de alto nível.
      O reflexo disso vai aparecer em alguns anos em estados onde o vôlei de alto nível esta desaparecendo, como no meu estado, o RS.  As seleções estaduais e as equipes de base terão mais dificuldade de conseguir resultados e com isso a fuga vai ser geral, ou em outras palavras, os jogadores de tornarão presas fáceis para as grandes estruturas, bom para o atleta e nem tanto para a cidade ou escola.


2 comentários:

  1. As seleções estaduais e as equipes de base terão mais dificuldade de conseguir resultados e com isso a fuga vai ser geral, ou em outras palavras, os jogadores de tornarão presas fáceis para as grandes estruturas, bom para o atleta e nem tanto para a cidade ou escola. falou tudo... Só acrescento o seguinte: "Mesmo nos estados como MG e SP que tem mais equipes na Superliga. Dentro desses estados os clubes de menor estrutura acabam perdendo seus jogadores para equipes do próprio estado com estrutura de alto rendimento (entenda equipe na Superliga). Isso dificulta o trabalho e continuidade dessas equipes. Por outro acaba sendo bom para o jogador... mais não sei se é bom para o esporte como tudo. O ideal que houvesse um investimento do estado na formação de base, para permitir aos pequenos ter uma estrutura melhor. Mais definitamente não existe.

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  2. Concordo contigo victor, ou senão os clubes vao ser alguns formadores e outros explorados. Já no CNPJ.

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